quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O mundo é maior que seu quarto

Reitero: "Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos daqueles que não sabem voar", mais uma vez, Nietzsche, com maestria, resolve o problema de convivência que tem uma pessoa em um nível diferente de inteligência. Seja qual for sua área de conhecimento, conversar com uma pessoa de senso igual aos outros lhe agrada? A exclusão social, talvez não seja um meio para se alcançar a finalidade da paz com a própria consciência? A dialética, método consagrado com Sócrates, hoje, o que seria? Sócrates gostaria de ouvir falar sobre cultura indiana? Claro que sim! A não ser que essa mesma fosse aquela escondida por trás de belas faces e histórias medíocres que mudam apenas os personagens. Ocorre hoje uma banalização da inteligência. Todos sabem, todos conhecem (nem que seja a distorcida cultura indiana), e pouco importa a opinião dos outros.

"Poderia existir um rizoma nesta sociedade? O rizoma nos liga à raiz, porque sem essa ele não existiria, então, todos partimos de um ponto em comum. Porém, ele não liga aos frutos. E essas pessoas só pensam em ser frutos. Se faz necessário ser árvore antes de ser fruto. Quando lhes aparece um rizoma pela frente, ele é corroído pelo rio que rói uma só margem. Que não adquire velocidade no meio, rio, esse, que é desfigurado. Nada eu posso acrescentar."

O rizoma é o conhecimento que nos faz conceber o mundo de outra forma, a ligação que é necessária para a inteligência em outro nível (obter conhecimento das mais diversas formas). Saber é poder.

Os frutos, é o que se pretende alcançar com o desenvolvimento do rizoma, ou seja, com o desenvolvimento da ligação, eu tenho como produzir o "fruto", caso contrário, eu apenas irei cria-lo em minha cabeça. O meu fruto. Hoje, não se pensa mais em ter êxito no ideal (em prol da humanidade ou o verdadeiro "fruto"), e sim no ideal do êxito (êxito: dinheiro, o mesmo que roubamos e que nos é roubado pelos seres dotados pelo poder da soberania popular).

O rio que rói uma só margem, são os pensamentos mundanos e cotidianos (extremismo), a novela das 8, a manipulação pela revista Veja, a falta de conhecimento sobre si mesmo. Membrana semi-permeável que nos envolve, só entra aquilo que é fácil de repassar para outrém (com o intuito de mostrar conhecimento) ou importante para obtenção de capital (Plutocracia). Ou seja, instinto, desejo e dinheiro.

Adquirir velocidade no meio: Racionalismo Crítico brilhantemente conceituado por Karl Popper. Dúvidar do que nos é posto. Buscar a verdade acima de tudo. E o mais importante, não se acomodar perante a falta de humanidade do ser humano.

Leia o segundo parágrafo novamente.